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12 de nov. de 2010

Saudade



Saudades! Sim...talvez...e porque não?...

Se o nosso sonho foi tao alto e tao forte

Que bem pensara vê-lo até à morte

Deslumbrar-me de luz o coração!



Esquecer! Para quê?...Ah!...como é vão!

Que tudo isso, Amor, não nos importe.

Se ele deixou beleza que conforte

Deve-nos ser sagrado como o pão!



Quantas vezes, Amor, já te esqueci,

Para mais doidamente me lembrar,

Mais doidamente me lembrar de ti!



E quem me dera que fosse sempre assim:

Quanto menos quisesse recordar

Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

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