Como é grande o número de pessoas que adoecem e se perdem por medo de perder...Elas preferem viver em um casulo de falsa segurança.
Nascemos totalmente dependentes, mas como é difícil crescer e desistir de um pai e de uma figura materna que nos cuide e proteja para todo sempre.
Os anos e dias passam, e projetamos, inconscientemente, no companheiro(a), nos filhos, nos chefes ou nos amigos a figura dos pais e anjos protetores que jamais tivemos ou conseguiremos ter.
Em nome desta ilusão, não arriscamos a mudar nossas vidas, mas brigamos com ela, em lugar disto.
Não aceitamos perdas, colamos na dor e na revolta, ficamos paralisados perante o arriscar mudar de vida, de companheiro, de profissão, de emprego, de falsos amigos...
A dependência do olhar do outro, da aprovação do outro e de sua aceitação são algemas sutis que nos aprisionam e nos impedem de sermos nós mesmos.
A dependência química que nos aliena e ilude perante as verdades que não queremos ver, aceitar e lidar.
A dependência financeira que se mistura tantas vezes com a emocional, mas que, em muitos casos, só é pretexto para não dizer "basta! "
A dependência de uma crença de que podemos conseguir estabilidade fora de nós e que nos leva a buscas estressantes e inglórias por sucesso e poder.
A dependência de um estilo de vida que nos tira a paz e, muitas vezes, o amor-próprio, porque temos medo de voar.
Se você se percebe ansioso(a), procure achar a que tipo de dependência você se submete. O que não consegue aceitar e o que não deseja ou teme mudar.
Perceba se você aposta "todas as fichas" em algo ou em alguém, a ponto de se sentir totalmente desamparado(a), com a vida esvaziada, se vier a perder este algo ou este alguém.
A dependência é inimiga da liberdade e a liberdade é algo a ser conquistado, não vem de graça...
E, ironicamente, vai depender de você, só de você, querer lutar para se livrar deste aprisionamento.
Elisabeth Salgado
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