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3 de set. de 2009

O mundo continua sempre o mesmo...


Estou cansada de amores descartáveis,
De noites vagando à procura de um rosto, do seu rosto.
As pessoas que dizem que me entende,
Nunca quiseram saber
O porquê de o meu sofrer.
Da busca pelo vazio, do infinito…
Minhas noites parecem fim de festa
Onde olho para o lado e nada vejo
A não ser corpos dos quais nunca vi…
Olhando para meu rosto no banheiro,
Vejo um semblante como de um demônio
Que me diz coisas sem nexos…
Olho as marcas no meu corpo
Mas não vejos as visíveis, vejo apenas o meu coração à sangrar.
Mas essa dor é menor do que parece
Quando estou neste fim de festa eu ME esqueço…
Esqueço dos sonhos que se configuram tristes e inertes
Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha.
Ninguém entende, como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente.
Nada existe pra mim, não tente
Você não sabe e não entende…
Às vezes sinto a estranha essência do que é a morte
Mas esse vazio eu conhece muito bem, a cada busca
A cada noite escura com meus demônios
A me enlouquecer por um rosto
Apenas um rosto
A falta de esperança e o tormento
De saber que nada irá acontecer.
E à noite me puxa para uma conversa
E me diz que a alegria neste meu mundo
Já não tem mais endereço.
Um mundo onde a verdade é o avesso
Onde a busca pelo que não se pode ter
Tornou-se uma maldição.
E mesmo assim, o mundo continua sempre o mesmo.

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